sexta-feira, 1 de julho de 2011

mato relva galhos

Outro dia,

Lamento
Sua culpa e dor
Seu tédio animado
E sua tez franzina.
Ontem um rio corria ao seu lado
Limpo transparente água
Mato relva galhos

Ontem agora hoje
Onde se contem noites e dias teus
Tem um favo de mel
E uma teia tece interruptamente
Para a glória.








Marcos de Castro

sombra


Crossing

A estrada outorga a sombra de uma lua cheia
Fragmentos de gestos digitalizam-se holográficos
Naquele pedaço somente a paisagem reflete.

Pássaros zombam
Manga morcego.
A roupa reflete matizes de tons
Fumê nuvem inquieta valente.

Esta noite é para sempre
Nem passadas serão escutadas
Na calada somente eu sei
Do outro
O outro que permeia.





Marcos de Castro

terça-feira, 28 de junho de 2011

São Ateu


Noite pequena
Algodão negro
Mar dentro de mim
Vou             embora 

terça-feira, 17 de maio de 2011

s'il vous plaît

Sou um
Sou todos
Um pequeno papel que venta ao ar...
Milésimos para estar perdido

em lugar nenhum.



marcos de castro

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Proteu

alento,
Meu tempo finita em uma brisa suave como o orvalho úmido e em alento respira em mim o último. Quisera o ontem se pudesse agora pisa forte a ilusão e como Proteu vivo a metamorfose Inacabado e sem rebanho algum.




Marcos de Castro

sábado, 9 de abril de 2011

Bege





Em mim
vaga a oca concha do mar.
Tão sublime a deriva
eu sou.

Em minha boca existe o inanimado
e um som que não se cansa ao meu encalço.






Marcos de Castro

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Orbital



End.
Tempo meu
Endereça-me os louros
Que Prometeu.
Rio só profundezas
Reflexos margem ondulatória
Para onde eu vou?
Se me entrego agora..
De quem serei?



Marcos de Castro

quinta-feira, 10 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

barquinho..

Penso com a chuva
e vou-me com ela.
O barco de papel pela enxurrada

foi para sempre.




Marcos de Castro

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Poeiras ..

Solavanco

Um terrível rio se aproxima.
Sua cor profunda precipita.
A margem pontua-se pequena.
Mártir ou suicida?

Poeiras estancam sobre a prateleira
Leitura velha, paredes descascadas.
Fotos e sombras.
O elefante enfurecido desperta
A nau deflagra e o rio o consome sem piedade.


Marcos de Castro

domingo, 20 de fevereiro de 2011

linha,


linha,





um monte de coisas
me beira.
um pedaço aparece
para achar-me.
uma árvore lá fora
uma janela em mim.



Marcos de Castro

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Viva

Norte

Hoje ao acordar
Morri.
Hoje ao jantar
Morri.
Ontem o nulo tempo
E a garoa leve devassa para deprimir.

Agora estou em minha boa hora. 


Marcos de Castro 

inexplicável

Allegoria

De olho
Vesgo ao mundo
Vago tempo percorrido
Nulo o rio verde e o céu de luar arrebatador
Seco solo caminhado
O que acontece?
O inexplicável e a alegoria
Bizarra alegoria



Marcos de Castro

Segunda

Segundo


O homem perdido
A luz que não se define
A lua agora é um filete.

O sopro é tardio
Mas respira   bem.
Sentado o quadro lá fora
São folhas que ventam

Hoje é segunda.




Marcos de Castro

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

segredo para quatro paredes

luar

O  tempo todo
a vida toda
o precepício bem aventurado
a leve nuvem de imagens espectral
o intolerável elo

O amor inexato
o tolir da boa vontade
a rosa e o espinho
o mundo em cores e o coração
Poente.



Marcos de Castro

domingo, 30 de janeiro de 2011

formoso.

Hoje um vôo rasteiro para orvalhos 
um dia e um rio caiado pelo sopro do sol 
a nuvem pluma embaralhada ao céu ... 
O horizonte é gentil porque não se infinita em canto algum
e nem um dia a mais será o mesmo sem que o desejasse.  
Hoje serei 
o peixe formoso
rio inteiro.  


Marcos de Castro

¿Qué pasó?


¿Qué pasó?


¿Qué pasó?
El tiempo parece que me ignoran.
Le encanta correr hacia abajo y nunca vio su sombra.
Hoy llovió todo el día una memoria increíble y sin definir
Y luego, la pérdida de las listas de un lago profundo y me ahogo.

Marcos de Castro

um lúmen

Hoje
pulei o sonho.
Da janela a realidade já não oprimia
as tumbérgias tomavam-me conta
chuviscos alimentavam aquele céu cinzento.
Estou aqui
como um lúmen incandescente
leve como um algodão descampado
te esperando.

Marcos de Castro