sábado, 18 de dezembro de 2010

aizav

Living.


A casa está vazia.
Agora dorme o inesquecível ser
em alento vazio.
Lá fora estremecem dinossauros
em um tempo perdido.


O sono não adormece
e nem um cigarro é perdido.
Amanhã quando o novo aparecer
rangerá ao ouvido uma dor não esquecida.

               Marcos de Castro

A nau..



            Solavanco

Um terrível rio se aproxima.
Sua cor profunda precipita.
A margem pontua-se pequena.
Mártir ou suicida?

Poeiras estancam sobre a prateleira
Leitura velha, paredes descascadas.
Fotos e sombras.
O elefante enfurecido desperta
A nau deflagra e o rio o consome sem piedade.

Marcos de Castro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

rememoro

Doce de leite

Doce de leite
Feito no tacho à lenha
Leite-açúcar-leite-mão-boa-mãe
Até que dê no ponto
Raspa-raspa-raspa
Do tacho com bocas nervosas
Depois virava compota
(o que ficava na compota a gente comia com o tempo)
(nesta mesma compota prezam-se as memórias)

Marcos de Castro

Estudos



Suave é o dia
o vento e a folha
o rio que corta e afaga.

A noite a primeira estrela
para poder sonhar...

Marcos de Castro