Words.
O inesquecível passeia.
A vida revigora.
O amor carrega uma canção.
A saudade esquecida é um rincão de horizonte inimaginável.
Um terrível rio se aproxima.
Sua cor profunda precipita.
A margem pontua-se pequena.
Mártir ou suicida?
Poeiras estancam sobre a prateleira
Leitura velha, paredes descascadas.
Fotos e sombras.
O elefante enfurecido desperta
A nau deflagra e o rio o consome sem piedade.
Agora.
Depois de Cristo.
O tempo é parado, quase nulo.
As horas, o horário de verão,
As noites quentes e os peixes do rio.
O horizonte quando riscado de relâmpagos.
As árvores quando se ventam.
Os dias que escondem premissas futuras.
O que se mimetiza se aproxima.
Dormir, acordar, despertar sem que se morra.
(d.C)
Uma fileira imensa se abre.
E o matiz se penumbra ou colore.
O coqueiro é a torre.
E do alto,
Algo se apronta para nascer de novo.
Pífio
A felicidade
quisera eu.
A contra vento
o infortúnio de encontro.
A tristeza
que em mim está,
anula a realidade.
Nesse tempo que se alonga
penso intempéries suaves
para não poder desistir.
Escuto o barulho da chuva,
há relâmpagos entrecortados
trotes de água deslizam o telhado
e o trovão tem alma e solidez anônima.
Torrencial
e a vida permanece inócua.
A visão se degenera e se transporta.
Há um mundo em cada
instante.
Embebido de torpor,
e de ficção,
imagino-me.
Solidão
esquecida e única.
Névoa em tempo comprido
inunda.
Esta vasta paisagem não tem fim.
Da janela este quadro
mimetiza-se.
O pequeno ser incrustado sobre o caminho de chão
ainda espera.
O tempo range.
O homem sem amor
serena.
As estrelas caem solitarias no abismo.
O desenho do vulto sob a calçada
vai se apagando a cada amanhecer.
Chove.
O cinza torrencial ofusca e, quase cego,
comprometo angústias e alucinações.
O invencível gira um mundo incrédulo e
uma anatomia disforme se apossa.
O infinito turva adiante.
A esquina não continua.
O legado de uma história
em uma não ficção.
A casa está vazia.
Agora dorme o inesquecível ser
em alento vazio.
Lá fora estremecem dinossauros
em um tempo perdido.
O sono não adormece
e nem um cigarro é perdido.
Amanhã quando o novo aparecer
rangerá ao ouvido uma dor não esquecida.
Realidade guardada
Eu era pequeno. A chuva me assustava e cobria o telhado alto, relâmpagos desnorteados fotografavam os instantes entre telhas de vidro dispersas. O tempo
abocanhava poderosamente a minha vida.
O barulho das goteiras salpicando sobre o balde de aparar água de chuva.
O ronco do meu pai e o sono gostoso de minha mãe. Minha irmã mumificada entre os cobertores, pensando barulhos monstruosos iguais aos meus.
O que foi escrito nesta leva de tempo
anda perdido nos ares do armazém antigo.
O futuro reescreve outros indícios vividos,
mas eu ainda vivo ali,
daquelas memórias.
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